Como assim? As pessoas que, de
uma ou outra maneira, fazem parte de nossa trajetória não somam sempre para
nosso crescimento pessoal?
Pois é, afirmativa permeia as
redes sociais e foi exatamente desse modo que a ouvi. Mas, o que significa
exatamente?
Para os conhecedores de
filosofia, nada mais é do que o bom e velho utilitarismo desenvolvido por Bentham
(1748-1832) e Stuart Mil (1806-1873). O Utilitarismo afirma que ações são boas
quando promovem a felicidade coletiva, e más quando ocasionam o oposto. Levando
em consideração o coletivo seria algo como promover bem-estar social.
Entretanto, quando empregada na
esfera das relações pessoais, as suas implicações se tornam distorcidas, pois
se eu descarto as pessoas porque não me oferecem vantagens ou favores, estou
dizendo taxativamente que estou sempre buscando explorar as pessoas. Ou ainda,
que as pessoas devem se moldar para atender aos meus gostos e interesses sob
pena de serem alijadas da minha “divina presença”?
Nesse contexto devo então
concordar com a corrupção e todas as formas de crimes aplicados na intenção de
auferir privilégios, ganhos e seja lá o que for?
Partindo dessa premissa devo
inferir que a amizade, o amor e a solidariedade são apenas maneiras de alcançar
algo que almejo?
Bem, não sei qual a opinião das
pessoas de modo geral. No entanto, acredito no amor e na amizade verdadeiros e
gratuitos, na solidariedade apenas pelo amor ao próximo. Ainda acredito no riso
leve e desinteressado das pessoas que possuem um afeto verdadeiro.